DOR ABDOMINAL, ADERÊNCIAS E BRIDAS

A dor abdominal, ou dor na barriga, na maioria das vezes é benigna. A grande maioria das pessoas já sentiu dor na barriga de leve intensidade que desapareceu sem tratamentos. Contudo quando de forte intensidade acompanhada de febre, vômitos, diarreia sanguinolenta ou mal estar geral sempre deve procurar atendimento médico precoce.

O cérebro detecta os estímulos dolorosos pelos nociceptores localizados em todas as partes do corpo cujos estímulos são processados em várias regiões do cérebro como córtex somatossensorial e o córtex cingulado anterior.

Qualquer órgão dentro da cavidade abdominal pode desencadear a dor difusa ou ao redor do centro do abdômen, e até órgãos fora da cavidade como coração e pulmão podem ser sua causa, com exceção dos rins, na vesícula, ovários e apêndice que normalmente têm seus pontos dolorosos específicos.

 

DOR ABDOMINAL E ADERÊNCIAS

As aderências peritoneais pós-operatórias são consideradas complicações inevitáveis e graves após cirurgias como colecistectomia, gastrectomia, apendicectomia, histerectomia, colostomia, ressecção abdominoperineal e procedimentos vasculares abdominais. A incidência de aderência pós-cirúrgica geralmente varia de 67% a 93% após procedimentos abdominais cirúrgicos gerais, chegando a 97% após operações pélvicas ginecológicas abertas. Adesão pós-cirúrgica não só traz enorme ônus financeiro para a família do paciente, como também resulta em muitos problemas, como dor crônica, infertilidade feminina, obstrução intestinal, etc. 

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5116612/

The man is holding his stomach. Abdominal pain. The hearth is highlighted in red. Close up. Isolated on white background.

BRIDAS E ADERÊNCIAS INTESTINAIS.

 Visão histórica de um problema que se mantém atual. Bridas e aderências intra abdominais são lesões já referenciadas nos papiros do antigo Egito. Bem conhecida nos primórdios da patologia no contexto da tuberculose ou outra doença infamatória peritoneal, torna-se comum depois do advento da cirurgia abdominal na segunda metade do século XIX, pela obstrução intestinal que estas aderências pós-operatórias criam. É uma patologia que ainda hoje mantém importante morbilidade. O autor revê a evolução histórica desta doença e apresenta uma imagem dos primórdios do registo gráfico desta patologia.

No século XX a maior parte de tipos de materiais atualmente em utilização ou em desenvolvimento foram propostos para prevenção das aderências: líquidos, geles, barreiras, drogas fibrinolíticas, polímeros hidrossolúveis e polímeros orgânicos. No entanto após um período inicial de algum entusiasmo a prática não consagrou a sua utilização. E voltamos mesmo assumir uma referência prévia com o conceito “ot the intestines”. De fato, se mantivermos os intestinos e órgãos intra-abdominais com uma solução que os mantenha com movimento, não permitimos a junção de duas superfícies peritoneais lesadas que possam levar à formação de bridas. Para este motivo vem sendo proposto o uso de solução utilizada na diálise que se mantém no abdômen por um período de cerca de 5 dias, antes da sua reabsorção.

https://www.academia.edu/53361552/Bridas_e_ader%C3%AAncias_intestinais

PREVENÇÃO DE ADERÊNCIAS PERITONEAIS COM HIDROGEL DE ÁCIDO HIALURÔNICO N,O-carboximetilquitosana-aldeído biodegradável e injetável em modelo de lesão repetida em ratos.

As aderências peritoneais pós-operatórias são consideradas complicações inevitáveis e graves após cirurgias como colecistectomia, gastrectomia, apendicectomia, histerectomia, colostomia, ressecção abdominoperineal e procedimentos vasculares abdominais. A incidência de aderência pós-cirúrgica geralmente varia de 67% a 93% após procedimentos abdominais cirúrgicos gerais, chegando a 97% após operações pélvicas ginecológicas abertas. A adesão pós-cirúrgica não traz apenas um enorme ônus financeiro para a paciente mas outras consequências.

 

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5116612/

 

 

OBSTRUÇÃO INTESTINAL ANÁLISE RETROSPECTIVA DA ETIOLOGIA E MORBI-MORTALIDADE NO HOSPITAL DE URGÊNCIAS DE GOIÂNIA (HUGO).

A oclusão intestinal ainda desafia os cirurgiões nos tempos atuais, não apenas pela difícil determinação do momento ideal para intervenção cirúrgica, como também pelas dificuldades encontradas na realização do ato operatório em si. Vários autores referem aumento da sua incidência, principalmente às custas de aderências pós-operatórias. O objetivo deste estudo foi o de avaliar uma amostragem regional de pacientes atendidos em serviço de urgência com diagnóstico de obstrução intestinal, comparando os dados com os da literatura disponível.

Obstrução de intestino delgado (n=64) foi causada por aderências pós-operatórias em 53 casos (82,8%). Destes, necessitaram de cirurgia 62,66% (n=33) e tratamento clínico 37,73% (n=20) com 30,30% (n=19) de enterectomias e 9,09% (3) de enterotomias inadvertidas. Ocorreram oito óbitos (sete casos operados e 1 caso tratado clinicamente). Concluímos que, em nosso meio, a doença aderencial é a causa mais importante de oclusão intestinal e está associada a morbi-mortalidade elevada, quando os casos são tratados em situações de urgência. Destacamos a presença das oclusões, por complicações do mega cólon chagásico, como a segunda principal causa de internação e tratamento cirúrgico, o que não é referido na casuística de outros autores. Medidas profiláticas são justificadas nas duas situações.

As doenças mais comuns dentro da cirurgia geral são as hérnias (inguinal, umbilical, epigástrica e hiatal, dentre outras). Além dessas, a Colelitíase, mais conhecida como “pedra na vesícula”, Colecistite, Hemorroidas, Fístulas e Fissuras perianais, Doença Diverticular dos Cólons, Úlcera Gástrica e cirurgias de urgência como Apendicite Aguda, Úlceras Perfuradas Diverticulite Aguda, Oclusão e Suboclusão Intestinal.

MECANISMOS ENVOLVIDOS NA CICATRIZACÃO: Uma revisão.
Os mecanismos envolvidos no processo de reparo de tecidos estão revisados nesse trabalho. O processo de cicatrização ocorre fundamentalmente em três fases: inflamação, formação de tecido de granulação e deposição de matriz extracelular e remodelação. Os eventos celulares e tissulares de cada uma dessas fases estão descritos e discutidos. Os mediadores químicos estão correlacionados com os eventos do processo de cicatrização e as células envolvidas. Especial ênfase é dada à participação dos fatores de crescimento.

A capacidade auto-regenerativa é um fenômeno universal nos organismos vivos. Nos organismos unicelulares, está restrita à presença de enzimas responsáveis pela recuperação de elementos estruturais (como os constituintes do citoesqueleto, membranas e paredes celulares) e de moléculas de alta complexidade (como proteínas de elevada complexidade estrutural, RNAs e o DNA). Em organismos superiores, além destes, também ocorre o reparo de tecidos que pode se dar de duas formas: (1) pela regeneração com a recomposição da atividade funcional do tecido ou (2) pela cicatrização com restabelecimento da homeostasia do tecido com perda da sua atividade funcional pela formação de cicatriz fibrótica. Na continuidade do processo, ocorrem no tecido lesado a infiltração de células circulantes (neutrófilos e monócitos) e a migração de células das áreas adjacentes como células epiteliais, queratinócitos e fibroblastos. Estas últimas, em cooperação com as células locais, anteriormente ativadas, serão as protagonistas da fibroplasia (produção de colágeno pelos fibroblastos) e deposição de matriz extracelular, angiogênese (formação de novos vasos), cicatrização e reepitelização da região da ferida (Singer, Clark, 1999). Clark (1993) dividiu o reparo em três fases: (1) inflamação, (2) formação de tecido de granulação com deposição de matriz extracelular e (3) remodelação. Segundo ele, estas não são mutuamente excludentes, mas sobrepostas no tempo. O reparo completo de tecidos resulta de alternâncias sucessivas de reações anabólicas e catabólicas que têm os leucócitos como um de seus mais importantes protagonistas. Essas células, além de suas conhecidas atividades imunes, estão intimamente envolvidas com as reações catabólicas de degradação de tecidos pela produção de proteases e espécies reativas de oxigênio e nitrogênio e também com as reações anabólicas de formação de tecidos pela produção de fatores de crescimento (Riches, 1996), responsáveis pela recomposição da celularidade regional ou restabelecimento da sua homeostasia pela formação da cicatriz.

SCIELO - Brasil - Mecanismos envolvidos na cicatrização: uma revisão Mecanismos envolvidos na cicatrização: uma revisão

ARTIGOS COMPLETOS PESQUISAR EM REFERÊNCIAS.  

 Prevenção de aderência peritoneal com um hidrogel de ácido hialurônico N, O-carboximetilquitosanoaldeído biodegradável e ijetável em um modelo de lesão repetida em ratos.

Surgical adhesion developemen and prevention -L. Thomas Divilio, MD, FACS.

Bridas e aderências intestinalis – Visão histórica de um problema que se mantém atual.

Prevention of postsurgical adhesions by INTERCEED(TC7), non absorbable adhesion barrier: A prospective, randomized multicenter clinical study.

Artigos completos para ilustração de ADERÊNCIAS E BRIDAS - PDF

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