CIRURGIAS BARIÁTRICAS ATUAIS COM CÓDIGOS DA AMB , CFM MAIS EFETUADAS, E CIRURGIAS EM EVOLUÇÃO

Cirurgias bariátricas mais comuns.

As cirurgias bariátricas são procedimentos realizados com o objetivo de ajudar pessoas com obesidade a perder peso e consequentemente melhorar várias comorbidades relacionadas ao excesso de peso. Existem várias técnicas de cirurgia bariátrica, e a popularidade delas pode variar ao longo do tempo e em diferentes regiões. Algumas das cirurgias bariátricas mais comuns incluem:

  1. BYPASS GÁSTRICO (ROUX-EN-Y): Nesta cirurgia, uma pequena bolsa é criada no topo do estômago e conectada diretamente ao intestino delgado, desviando uma parte do estômago e do intestino delgado.

  2. SLEEVE GÁSTRICO (Gastrectomia Vertical): Envolve a remoção de uma grande porção do estômago, deixando um tubo estreito em forma de banana. Isso reduz a capacidade volumétrica do estômago e também afeta a atividade do hormônio polipeptídeo grelina, orexígeno, relacionado à fome.
  3. BANDA GÁSTRICA AJUSTÁVEL: Um anel inflável é colocado ao redor da parte superior do estômago, criando uma pequena bolsa. O tamanho da abertura pode ser ajustado apertando ou afrouxando o anel.

  4. DERIVAÇÃO BILIOPANCREÁTICA COM INTERRUPTOR DUODENAL (BPD-DS): 1.    Derivação Biliopancreática com Interruptor Duodenal (BPD-DS): Esta cirurgia envolve a remoção de uma parte do estômago, isolando parte do intestino delgado, seguida por uma derivação intestinal, resultando em uma redução significativa na absorção de calorias e nutrientes.

  5. BALÃO INTRAGÁSTRICO: Embora não seja cirurgia, é um procedimento minimamente invasivo. Um balão é temporariamente colocado no estômago, ocupando espaço e proporcionando uma sensação de saciedade.

A escolha da cirurgia depende de vários fatores, incluindo o índice de massa corporal (IMC) do paciente, condições médicas relacionadas à obesidade e preferências pessoais. É importante notar que a decisão de passar por uma cirurgia bariátrica deve ser feita após uma avaliação cuidadosa com uma equipe médica especializada, considerando os riscos e benefícios de cada procedimento. 

cirurgia bariátrica

IMAGENS ILUSTRATIVAS DAS CIRUGIAS DE GASTROPLASTIAS.
NOTE-SE QUE AS CIRURGIAS QUE ATUAM NO ESTÔMAGO E INTESTINO TODAS FAZEM ENTEROENTEROANASTOMOSE E GASTROENTEROANASTOMOSE.

Nome da Cirurgia: SLEEEVE ou Gastroplastia Vertical.
Técnica: Ressecção de Grande Parte do Estômago.
Funções: 1- Diminuir o Tamanho do Estômago deixando-o em forma de banana reduzindo a sua capacidade alimentar;
2- Reduzir a Quantidade do Hormônio GRELINA, o Hormônio da Fome.
Resultados: 1- Emagrecimento parcial quando segue as orientações alimentares e atividades físicas;

CIRURGIA SLEEVE

Nome da Cirurgia: Cirurgia de Fobi-Capella ou Bypass Gástrico.
Técnica: Faz-se uma Gastroplastia de 95 a 97% do Estômago, Isolando-o do Trânsito Alimentar, Isola todo o Duodeno e Parte do Íleo Proximal, e o Restante do Estômago, de 3 a 5% Efetua Uma Pequena Bolsa, Denominada Pouch Gástrico o Qual é Ligado a Parte do Intestino Denominada Gastroenteroanastomose e Restante do Intestino é Unido ao Intestino levado ao Pouch com uma Enteroenteroanastomose. 
Funções: Reduzir o Tamanho do Estômago de 1,500ml a 30 a 50ml no Trânsito Alimentar e Isolar o Duodeno e Parte do Jejuno Reduzindo a Absorção de Nutrientes.
Resultados: 1- Perda de até 80% do Excesso de Peso;
2- Recuperação do Peso Perdido Após 5 Anos se Não Seguir as Orientações Alimentares;
3- Suplementação Obrigatória de Ferro e Vitaminas.

Nome da Cirurgia: Cirurgia de Scopinaro ou Derivação Biliopancreática.
Técnica: Resseca-se 2/3 a 2/5 do Estômago, Deixando-o em Torno de 350ml, e isolando o Duodeno Com Duodenorrafia Para Fechar a Parte Seccionada e Uma Porção do Jejuno. A Parte do Estômago Remanescente é Unido ao Intestino Seccionado, Gastroenteroanastomose, e Parte do Intestino Isolado do Trânsito Alimentar é Unido à Outra Parte do Intestino Com Uma Enteroenteroanastomose.
Funções: 1- Diminuir parte do estômago;
2- Reduzir a Quantidade do Hormônio GRELINA, o Hormônio da Fome;
3- Isolar Grande Parte do Intestino e Consequente Diminuição da Absorção de Nutrientes Para a Perda de Peso;
Resultados: 1- Perda de Até 80% do Excesso de Peso;
2- Diarreia Mais Frequente Com ingestão de Gorduras e Consequente Gazes e Fezes Muito Fétidos;
3- Suplementação Obrigatória de Ferro e Vitaminas.

Nome da Cirurgia: Derivação Biliopancreática ou Duodenal Switch ou Cirurgia de Marceau-Hess.
Técnica: Resseca-se 2/3 a 2/5 do Estômago, Deixando-o em Torno de 350ml, e isolando o Duodeno Com Duodenorrafia Para Fechar a Parte Seccionada e Uma Porção do Jejuno, Diferenciando-se da Cirurgia de Scopinaro Pela Ressecção do Estômago Ser Longitudinalmente e deixar a Válvula Pilórica na Saida do Estômago. A Parte do Estômago Remanescente é Unido ao Intestino Seccionado, Gastroenteroanastomose, e Parte do Intestino Isolado do Trânsito Alimentar é Unido à Outra Parte do Intestino Com Uma Enteroenteroanastomose.
Funções: 1- Diminuir parte do estômago;
2- Reduzir a Quantidade do Hormônio GRELINA, o Hormônio da Fome;
3- Isolar Grande Parte do Intestino e Consequente Diminuição da Absorção de Nutrientes Para a Perda de Peso;
Resultados: 1- Perda de Até 80% do Excesso de Peso;
2- Diarreia Menos Frequente Que a Cirurgia de Scopinaro Com Ingestão de Gorduras e Consequente Gazes e Fezes Muito Fétidos;
3- Suplementação Obrigatória de Ferro e Vitaminas.

Bypass Gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”)

Estudado desde a década de 60, o by-pass gástrico é a técnica bariátrica mais praticada no Brasil, correspondendo a 75% das cirurgias realizadas, devido a sua segurança e, principalmente, sua eficácia. O paciente submetido à cirurgia perde de 70% a 80% do excesso de peso inicial. Nesse procedimento misto, é feito o grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento, e um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome. Essa somatória entre menor ingestão de alimentos e aumento da saciedade é o que leva ao emagrecimento, além de controlar o diabetes e outras doenças, como a hipertensão arterial.
Uma curiosidade: a costura do intestino que foi desviado fica com formato parecido com a letra Y, daí a origem do nome. Roux é o sobrenome do cirurgião que criou a técnica.

Sleeve Gástrico (Gastrectomia Vertical): Envolve a remoção de uma grande porção do estômago, deixando um tubo estreito em forma de banana. Isso reduz a capacidade volumétrica do estômago e também afeta a atividade do hormônio polipeptídeo grelina, orexígeno, relacionado à fome.


Gastrectomia Vertical: Também conhecida como cirurgia de Sleeve ou gastrectomia em manga de camisa. Esse procedimento e considerado restritivo e metabólico e nele o estômago é transformado em um tubo, com capacidade de 80 a 100 mililitros (ml).
Essa intervenção também provoca uma boa perda de peso, comparável à do by-pass gástrico e maior que a proporcionada pela banda gástrica ajustável.
É um procedimento que já e feito há mais de 20 anos, tem boa eficácia sobre o controle da hipertensão e de doenças dos lipídeos (colesterol e triglicérides).
Atualmente vem crescendo muito o número de cirurgiões que acreditam nos resultados desta técnica, inclusive para controle do diabetes. Estima-se que em pouco tempo sera a cirurgia mais feita no Brasil e no mundo.

Derivação Biliopancreática com Interruptor Duodenal (BPD-DS): Esta cirurgia envolve a remoção de uma parte do estômago, isolando parte do intestino delgado, seguida por uma derivação intestinal, resultando em uma redução significativa na absorção de calorias e nutrientes.

Duodenal Switch: É a associação entre gastrectomia vertical e desvio intestinal. Nessa cirurgia, 60% do estômago são retirados, porém a anatomia básica do órgão e sua fisiologia de esvaziamento são mantidas.
O desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes, levando ao emagrecimento. Criada em 1978, a técnica corresponde a 5% dos procedimentos e leva à perda de 75% a 85% do excesso de peso inicial 

Banda gástrica ajustável: Criada em 1984 e trazida ao Brasil em 1996, a banda gástrica ajustável representa hoje menos de 1% dos procedimentos realizados no País e praticamente se encontra abandonada.
Apesar de não promover mudanças na produção de hormônios como o bypass, essa técnica é bastante segura e eficaz na redução de peso (50% a 60% do excesso de peso inicial), o que também ajuda no tratamento de todas as doenças.
Um anel de silicone inflável e ajustável é instalado ao redor do estômago, que aperta mais ou menos o órgão, tornando possível controlar o esvaziamento do estômago. E uma técnica puramente restritiva e tem contra ela a presença do anel, que é uma prótese, podendo a qualquer momento apresentar problemas e complicações decorrentes de sua presença na cavidade abdominal.

Cirurgia Laparoscópica: Técnica cirúrgica em que se realiza a mesma cirurgia através de pequenos orifícios, nos quais se introduz longas pinças cirúrgicas e se realiza o procedimento através de uma televisão ou monitor cirúrgico. E considerada “minimamente invasiva”, aplicável em todas as técnicas cirúrgicas a videolaparoscopia representa uma das maiores evoluções tecnológicas da medicina.
No tratamento da obesidade, as cirurgias do gênero se diferenciam da convencional, aberta (laparotomia), em função do acesso utilizado. Na cirurgia aberta, o médico precisa fazer um corte de 10 a 20 centímetros no abdômen do paciente. Na videolaparoscopia são feitas de quatro a sete mini incisões de 0,5 a 1,2 centímetros cada uma, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo.
Das quase 60 mil cirurgias bariátricas realizadas em 2010 no Brasil, 35% foram feitas via videolaparoscopia. A taxa de mortalidade média é de apenas 0,23% – abaixo do índice de 1% estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) –, contra 0,8% a 1% da cirurgia aberta (laparotomia). Vale lembrar que, em algumas situações, raras, o cirurgião pode precisar converter a videolaparoscopia em cirurgia aberta.
Essa decisão é baseada em critérios de segurança e só pode ser tomada durante o ato operatório. As vantagens são inúmeras, menos dor no pós-operatório, menor índice de infecção, rápido retorno às atividades laborais, menor incidência de hérnias incisionais, além de esteticamente superior.

1.    Recomendação CFM Nº 1/2020:
o    Essa recomendação trata da realização de cirurgias eletivas bariátricas e metabólicas durante a pandemia da COVID-19. Ela considera a necessidade de tratamento para pacientes com doenças não emergenciais, graves e/ou crônicas, que não podem esperar indefinidamente. Nos estados onde não há determinação do Conselho Regional de Medicina (CRM) para a suspensão de procedimentos eletivos, as cirurgias bariátricas e metabólicas podem ser realizadas, seguindo as resoluções do CFM1.
o    O diretor técnico da instituição é responsável por definir o momento para o retorno dessas cirurgias.
2.    Resolução CFM Nº 2.131/15:
o    Essa resolução especifica as comorbidades que podem ter indicação para a realização da cirurgia bariátrica em pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 35 kg/m²2.
A indicação para cirurgia bariátrica é baseada em critérios específicos, que variam de acordo com as diretrizes médicas. Vou apresentar os principais critérios utilizados:
1.    Índice de Massa Corporal (IMC):
o    Pacientes com IMC maior ou igual a 40 kg/m² são candidatos à cirurgia bariátrica, com ou sem comorbidades.
o    Pacientes com IMC entre 35 e 40 kg/m², associado a alguma comorbidade, também podem ser indicados para o procedimento1[2]24.
2.    Comorbidades:
o    A presença de comorbidades (ou seja, doenças associadas à obesidade) é um fator importante para a indicação da cirurgia. Alguns exemplos de comorbidades incluem:
    Diabetes tipo 2
    Apneia do sono
    Hipertensão arterial (pressão alta)
    Dislipidemia (colesterol e/ou triglicerídeos elevados)
    Esteatose hepática (gordura no fígado)
    Doenças cardiovasculares
    Doença arterial coronariana
    Infarto do miocárdio (IM)
    Angina
    Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
    Acidente vascular cerebral (AVC)
    Fibrilação atrial
    Osteoartroses (dores articulares)
    E outras1[2]24.
3.    Tempo de Doença e Falha no Tratamento Clínico:
o    Além disso, considera-se o tempo de doença (obesidade grave instalada há mais de 5 anos) e a falha no tratamento clínico após 2 anos como critérios para a cirurgia3.

Dr. José Lazzarotto de Melo e Souza e sua equipe expõem neste trabalho como funcionam as cirurgias mais usadas para tratamento clínico, cirurgia geral, cirurgia cardíaca , cirurgias plásticas e cirurgias corretivas em geral.

Abordagem sobre técnicas de tratamento para Obesidade


Nenhuma pessoa deve submeter-se a uma cirurgia para melhora da obesidade sem antes tentar todos os meios de tratamento clínico com médicos nutrólogos e endocrinologistas que ministrarão dietas, atividades físicas e medicamentos. Insistir na procura do melhor método para perder peso sem pensar em cirurgia achando ser o método mais prático para atingir o resultado.

            A cirurgia tem de ser pensada depois que se esgotaram todos os meios clínicos e os métodos pouco invasivos porque todas as cirurgias fazem modificações maiores ou menores no aparelho digestivo com mudanças desde físicas até hormonais. O organismo será modificado de alguma forma e reagirá diferente do antes de ser operado.

Saiba como a pessoa pode continuar comendo em maior ou menor quantidade, e ainda assim perder peso.

A maioria das cirurgias para tratamento de obesidade denominam-se” Bypass”, diferenciando-se uma de outra baseada em diminuir a absorção do alimento (hipoabsorção = absorver menos) no intestino delgado, onde os nutrientes são absorvidos em maior ou menor grau. A ingestão dos alimentos em volume se faz em maior ou menor quantidade, conforme a técnica cirúrgica empregada. O estômago e o intestino podem ficar preservado em maior ou menor grau.

O maior prazer de todo ser vivo é a alimentação.

Com algumas técnicas, os pacientes poderão comer normalmente como todos e, em dias de confraternização, convidar os amigos e até exceder-se do habitual.

As intervenções cirúrgicas podem ocorrer apenas no estômago, no estômago para o intestino e também do intestino para o intestino. O estômago e o duodeno podem ser preservados em algumas técnicas que continuam sendo feitas no Brasil e no exterior.

As técnicas puramente disabsortivas não são mais recomendadas pela comunidade cientifica internacional e conselhos de medicina.

O duodeno é o segmento do intestino delgado com maior poder de absorção e está logo após o estômago, e preservá-lo seria o ideal.

O íleo terminal também não deve ser retirado, especialmente os últimos 60 cm, pois é onde ocorre a absorção de sais biliares, e vitamina B 12. Com a deficiência desta vitamina ocorre anemia megaloblástica e, com a falta de reabsorção dos sais biliares, pode ocorrer formação de cálculos (pedras) na vesícula biliar, motivo pelo qual em algumas técnicas já é realizada a colecistectomia (retirada da vesícula biliar) preventivamente.

 

Man doctor with a medical examination in obese patient

O emagrecimento pode ocorrer de duas formas, conforme a técnica cirúrgica usada: primeira porque a ingestão do alimento fica reduzido de 30% a 97% em relação ao que ingeria antes de ser operado, e a segunda porque isolando ou restringindo grande parte do intestino delgado, a absorção do quimo (alimento já em fase de ser absorvido), conforme a técnica cirúrgica, ficará reduzida.

Os “Bypasses”,  (atalhos do estômago para o intestino, ou do intestino para intestino) são passagens em que parte do alimento ingerido ou do quimo poderá percorrer o trajeto do estômago para o intestino, e parte do intestino pode ou não ficar isolado, mas com restrição parcial do intestino para o intestino.

Além da absorção diminuída dos alimentos, nas pessoas que são feitas bypass mais longos, ocorre aproximadamente em 2/3 delas, uma diminuição do apetite, com variáveis de 20 até 60% em relação ao que ocorria antes de serem operadas.

Nas pessoas obstipadas (intestino preso, e que funciona de 3/3 dias até de 25/25 dias) são efetuadas, concomitantemente, outra cirurgia denominada Valvuloplastia de íleo Terminal para um melhor trânsito do quimo no intestino delgado para o intestino grosso o qual é responsável de absorver principalmente água, para que não ocorra diarreia.

Sempre que são feitas cirurgias no intestino delgado, isolando-o ou efetuando restrições em seu diâmetro, a parte onde flui mais o quimo (alimento já preparado para absorção) em todos os casos sofre mudanças funcionais se hiperplasiando ou se hipertrofiando e, em consequência, aumenta sua absorção naquele segmento.

A consistência das fezes conforme a técnica empregada pode ser mais ou menos líquida ou pastosa nos primeiros dias, como as fezes de um recém-nascido, que irá melhorando sua consistência gradativamente com o passar dos dias. As fezes fluem mais livremente em face de que parte da gordura e outros dejetos progridem com mais facilidade do intestino delgado para o intestino grosso, melhorando o ritmo da defecação, o que facilita ainda mais o emagrecimento. Nas pessoas que têm o intestino mais solto, após a cirurgia poderá ficar mais solto ainda.

Os cirurgiões bariátricos ou suas equipes devem acompanhar os pacientes operados no mínimo por dois anos com exames laboratoriais e raios-X, mas o ideal seria por toda a vida. Concomitantemente é programada uma orientação alimentar no pós-cirúrgico até que atinja o peso idealizado, quando poderão alimentar-se dentro do programado anteriormente à cirurgia.

 

Pretty female medic with tape meter on white studio background with copyspace

Cirurgiões plásticos poderão indicar procedimentos cirúrgicos para corrigir o excesso de pele e a flacidez que normalmente ocorre com o emagrecimento.

As clínicas e hospitais de cirurgias de obesidade devem oferecer diferenciais extremamente importantes que diferem das cirurgias convencionais.

Todas as cirurgias devem ser realizadas em hospitais que mantenham Unidades de Terapia Intensiva (UTl), para oferecer maior segurança ao paciente, seguindo normas dos conselhos de medicina.

O Conselho Federal de Medicina determina que os serviços de cirurgias bariátricas devem manter nos hospitais onde atuam, médicos nutrólogos, psicólogos e nutricionista para melhorar o suporte técnico para os pacientes. É obrigatório a existência de UTI no hospital para cirurgia bariátrica e não é permitido em clínicas sem UTI.

Woman Receives Mammogram.
	A Caucasian female technician positions an Asian woman at an imaging machine to receive a mammogram.
Creator:	Rhoda Baer

As pessoas candidatas a cirurgias de obesidade, devem estar convictas que em geral têm gases com mau odor e fezes fétidos. Essas são mais intensas em cirurgias que isolam grande parte do intestino delgado, podendo em alguns casos apresentar odor intenso na pele. Existem tratamentos e orientações alimentares para que esse incômodo seja minimizado.

Quem era hiper absortiva (a que absorve tudo o que ingere) torna-se normo ou hipo absortiva. Haverá após a cirurgia uma facilidade maior para emagrecer e mais dificuldade para engordar, sempre em relação ao que era antes de ser operado. Se desejar ganhar peso também poderá consegui-lo, bastando ingerir quantidade maior de alimentos, minimizar a ingestão de água com as refeições e ingerir alimentos hipercalóricos, principalmente doces, massas e carboidratos de fácil absorção.

Uma pessoa que não é obesa, tem aproximadamente de 4,5m a 7,0m de intestino delgado (mulheres têm um metro a menos). O seu diâmetro varia de 1 ,50cm a 4,00cm, representando aproximadamente uma área de 250m2 para absorção dos nutrientes, considerando-se uma pessoa de 1 ,70m de altura, se o intestino fosse aberto, evertido e estendidas todas as vilosidades a área seria equivalente a um campo de tênis, (Guyton & Hall, 11, 2006, folhas 812-813). A pessoa obesa tem o intestino delgado mais longo e mais calibroso do que o não obeso e pode ter área de absorção de até cinco vezes o normal e, em consequência, a obesidade. Outras pessoas, apesar de comerem pouco, são hipometabólicas (gastam poucas calorias em relação às demais) e também engordam.

COMO É FEITA A PREPARAÇÃO PARA A CIRURGIA.

O paciente informa ao médico seus hábitos de vida e o quanto em média costuma comer antes de ser operado. O tipo de bypass ou outro procedimento será feito conforme consenso entre o paciente e o cirurgião que avaliarão qual técnica seria mais indicada caso a caso. Desde o balão intragástrico e a banda gástrica até os mais vaiados tipos de by-pass, que são variantes do Y de Roux.

Algumas pessoas têm o intestino preso e, portanto, mais facilidade ainda para ganhar peso. O alimento permanece mais tempo no intestino delgado e será quase todo absorvido, deixando passar menos água e gordura para o intestino grosso, em cujo local as fezes terão consistências mais endurecida. Nos pacientes com intestino preso são feitas valvuloplastia de íleo terminal. A média do internamento é de quatro dias para o by-pass em geral e dois dias para os pacientes que são feitas apenas valvuloplastia de íleo terminal.
 

As cirurgias podem ser reversíveis conforme a técnica empregada, e pode ser alongada ou encurtada se a pessoa, por algum motivo, perdeu ou ganhou peso demais, ou se a pessoa tiver qualquer doença no decurso de sua vida que necessite absorver mais nutrientes, como HIV, tuberculose e outras.

A reversão de cirurgias de bypass gástrico ou de bypass variante em Y de Roux ou outras técnicas podem ser necessárias nas pessoas que emagrecem demais, vomitam muito ou adquiriram alguma doença consumptiva.

O candidato à cirurgia deve estar ciente que isso pode ocorrer e aceitar novo ato cirúrgico quando houver consenso entre o cirurgião e a equipe medica que assessora caso a caso. Sempre deve levar ao conhecimento do seu médico cirurgião todas as doenças anteriores à cirurgia para que seja direcionada a conduta melhor e possa esclarecer pontos dúbios.  

Exames cardiológicos e risco cirúrgico são solicitados antes de a cirurgia ser programada, e nos pacientes grandes obesos recomenda-se a presença de cardiologista ou cirurgião cardíaco durante o ato operatório para reduzir o risco anestésico-cirúrgico.

A anestesia pode ser de três tipos: Geral simples, peridural e geral ou peridural e raquiana, conforme a técnica empregada, mas a palavra final é sempre do serviço de anestesia.

A incisão externa, tanto aberta convencional como por videolaparoscopia tem maior possibilidade de infectar-se em grandes obesos e diabéticos pelo fato de terem uma área exposta maior, pelo maior volume corpóreo e o tempo de exposição cirúrgica ser ampliado em relação aos demais.

Aderências e bridas que são mais comuns em todas as cirurgias abertas também poderão ocorrer. Hidratação com soro fisiológico morno ou solução para diálise peritonial usada por alguns serviços durante o ato cirúrgico tem se mostrado benéfica usada por algumas equipes de cirurgia.

Atendimentos na Unidade de Terapia Intensiva poderão ser necessários nos pacientes mais obesos na recuperação anestésica, sempre com indicação do serviço de anestesia. Após a cirurgia é usada uma roupa compressiva chamada "macaquinho" e faixa abdominal para prevenção de hérnias ou ruptura de pontos, em algumas cirurgias.

Vários antibióticos e analgésicos são prescritos por cerca de 20 dias ou pouco mais conforme a evolução do paciente.

A média de dias internados no hospital é de três a quatro dias. Inicia-se dieta com líquidos fracionados depois caldos de carne ou outros indicados pela nutricionista em acordo com o cirurgião. Sopas ricas em proteínas auxiliam na melhor cicatrização das feridas operatórias. O volume e a qualidade dos alimentos serão variáveis conforme a técnica empregada.  A dieta livre deverá ser liberada apenas pelo cirurgião em acordo com o médico nutrólogo ou nutricionista.

O emagrecimento é mais acentuado nos primeiros dois meses, podendo oscilar de dois a vinte quilos. Depois oscilará de um a cinco quilos ao mês, conforme a pessoa queira emagrecer mais ou menos rapidamente. Em pacientes submetidos anteriormente a cirurgia plástica de abdômen e mama a perda de peso será menor. Pessoas com obesidade "down" (ginecóide/concentrada no quadril) têm emagrecimento mais lento. De cada três pessoas operadas com bypass dos mais variados tipos, duas referem perder aquela fome voraz que tinham antes da cirurgia e as demais referem um apetite diminuído no início e depois voltam à normalidade. No bypass gástrico, com maior componente restritivo, se programa ingestão de líquidos por um período maior do que as demais, suplemento de ferro e vitaminas. O acompanhamento com médicos nutrólogos e nutricionista, complementando as deficiências nutricionais que possam ocorrer após a cirurgia, poderão ser necessários em muitos casos  

Recomenda-se que os pacientes que residem longe do local operado permaneçam na cidade até retirar o dreno e os pontos. Contudo há casos especiais para situações especiais, tais como quando o paciente tem médico ou enfermeira de confiança na sua cidade de origem.

Recomendações Finais
Antes de tomar qualquer decisão, leia atentamente estas recomendações.
Recomenda-se às pessoas que têm casos de obesidade na família seguir os seguintes passos:


Primeiro Passo
Aconselhar-se em primeiro lugar com seu médico de família, aquele que você realmente confia.


Segundo Passo
No caso de não ter sucesso o médico deve encaminhar para médico nutrólogo ou a endocrinologista de sua confiança que orientará com dietas, atividades físicas e medicamentos.

Terceiro Passo
Se ainda não solucionar o problema encaminhará para um médico cirurgião de obesidade.


Quarto Passo
Aqui é de primordial importância não se submeter à operação com o primeiro médico. Deve procurar vários cirurgiões de obesidade e com várias técnicas diferentes. Somente após ter conversado com médicos e com pacientes operados, e analisado o bom resultado da cirurgia é que deve tomar a decisão de qual técnica e qual médico deve escolher.
A obesidade mórbida é uma patologia eminentemente cirúrgica e a mais precoce possível, pois atua como deletéria multifatorial para o organismo, encurtando a existência e piorando a qualidade de vida das pessoas.

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