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Clínica Lazzarotto
ESCLARECIMENTOS COMPLEMENTARES SOBRE FOME, SACIEDADE
E BYPASS EM GERAL. PORQUE TENHO MAIS OU MENOS FOME?
Se os olhos visualizarem um alimento colorido, belo e apetitoso ocorre
secreção mais intensa do hormônio da fome chamado Grelina dando a sensação
de "oco no estômago" ou o "grunhido", principalmente quando está com fome.
Este hormônio é formado em múltiplas regiões do corpo, mas a maior secreção
de grelina é no estômago regredindo após a alimentação.
O estômago, ao se distender após as refeições, e o intestino delgado com
seu sistema enzimático desencadeia a formação de hormônios sacietógenos
(colecistoquinina -CCK- principalmente no duodeno, e APOA4 na gordura) que
emitem sinais ao cérebro que está na hora de parar de comer. Se continuasse
comendo aumentaria tanto os níveis de açúcar no sangue (glicose) que faria o
organismo entrar em desequilíbrio, como pessoa diabética em mais alto grau.
Quando o alimento chega ao último um metro do intestino delgado, em
torno da válvula ileocecal, estimula uma célula particular chamada célula "L",
a produzir hormônios tais como o peptídeo GLPI (glucagon like peptide 1), o
oxintomodulin, e o peptídeo YY (ou PYY) e outras descargas neurais
não bem conhecidas.
No intestino são produzidos 70% a 90% da serotonina (5-HT), o
hormônio do bem estar, do humor e da felicidade. "O intestino é a maior glândula
produtora de hormônios do corpo" afirma Dr. David Cummings (professor na
Divisão de Endocrinologia da Universidade de Washington, Seattle, EUA), autor
da pesquisa sobre o hormônio Grelina e outros agentes envolvendo o apetite.
Quando o alimento faz um atalho no intestino delgado estimula
precocemente as células "L", e o estômago é "enganado”, ocasionando
sensação de saciedade mesmo com pouca comida no seu interior, bem como
estimulam o efeito incretínicos dos hormônios (hormônios que regulam o
metabolismo da glicose – insulina, glucagon, amilina, GLP-1 e GIP).
Após cirurgias com Bypass, como existe um atalho no intestino delgado,
em 2/3 de pessoas operadas, ocorre bloqueio do apetite de 20% a 60%, em
relação ao seu estado anterior da cirurgia, sendo maior no pós-operatório
imediato e menor no tardio em face de as células "L" serem estimuladas
precocemente. Apesar desse benefício, no pós-operatório imediato, é
indispensável a ingestão de proteínas (carnes, ovos, queijo, etc...) para boa
cicatrização dos tecidos.
Pacientes operados, especialmente portadores de diabetes tipo II, devem
ingerir água a temperatura ambiente com os alimentos para que o bolo alimentar
chegue precocemente ao íleo terminal. O contato precoce dos alimentos nesta
região estimula a produção de hormônios incretínicos como o GLPI, e o GIP
(polipeptídio de inibição gástrica também chamado de peptídeo inibidor da
glicose) secretado no duodeno.
Em diabéticos o GIP do duodeno está afetado, porem o PYY mantém
função normal, bem como o GLPI que impulsionam maior liberação de insulina.
Esta é a explicação que pacientes operados por bypasses terem seus níveis de
glicose reduzidos logo após a cirurgia, mesmo com pouca perda de peso.
Após os 45 dias de PO, segundo o tipo de cirurgia que foi realizado, cada
operado administrará sua perda de peso conforme lhe aprouver, ingerido maior
ou menor quantidade de água.
Doces, sucos naturais e bebidas alcoólicas são absorvidos mais
intensamente no duodeno e jejuno proximal, antes do Bypass. Ingerindo estes
produtos poderá dificultar a perda de peso.
Lembrar-se que as cirurgias Bypasses não foram desenvolvidas para
emagrecer indefinidamente, e sim para ter facilidade para emagrecer e
dificuldade para recuperar o peso em relação ao estado antes da cirurgia, desde
que tome água junto com os alimentos aliados a atividades físicas.
Todas as cirurgias para tratamento da obesidade não foram desenvolvidas
para emagrecer indefinidamente, mas são ferramentas, métodos, para auxiliar
na perda de peso e melhora de muitas comorbidades. Sempre deve ter
acompanhamento do médico cirurgião e sua equipe.
Quais as principais diferenças entre as cirurgias?
Para esclarecermos as diferenças entre as cirurgias temos que saber sua
classificação e onde cada uma atua para efetuar o emagrecimento, bem como
suas vantagens e desvantagens. As cirurgias classificam-se em: Disabsortivas
(as que não absorvem nada no intestino delgado), Restritivas (que restringem e
limitam a entrada do alimento no estômago ou no intestino delgado) e Mistas (as
que limitam a entrada do alimento em alguma parte do estômago ou intestino e
também não absorvem nada em alguma parte do intestino delgado).
As cirurgias mistas podem ser: mais disabsortivas e menos restritivas ou
menos restritivas e mais disabsortivas. Há também cirurgias mistas ampliadas
(as que além de restringir o alimento e não o absorver em alguma parte do
intestino delgado ainda ressecam outras partes dentro do abdômen). Estas são
mais agressivas e mutilantes.
QUE MÉTODOS SEM CIRURGIA EXISTEM PARA EMAGRECER ALÉM
DO TRATAMENTO CLÍNICO E DIETAS?
O balão intragástrico (desenho da esquerda) é uma prótese esférica de
silicone. Possui uma superfície lisa e uma válvula por onde se insufla um líquido
de cor azulada (normalmente azul de metileno para que o paciente reconheça
nas fezes pela mudança da cor se o balão romper). É introduzido no estômago
por endoscopia. A sua presença no estômago causa uma sensação de
saciedade pela distensão da parede gástrica. Terá que ser substituído de 6 em
6 meses. O emagrecimento é discreto e volta a ganhar peso logo após a retirada.
É mais indicado para grandes obesos que necessitam perder pouco peso para
depois se submeter a uma cirurgia mais agressiva. O tratamento deve incluir o
acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, com orientação nutricional,
psicológica e incentivo à prática de exercícios físicos aeróbicos, mudanças de
comportamentos e hábitos alimentares.
O tratamento pode variar de 6 meses até um ano com supervisão médica,
quando deverá ser retirado. O que irá determinar o tempo em cada paciente é a
curva de emagrecimento. Em 6 meses, a perda de peso estimada é de 15 a 25
quilos, nos casos com sucesso.
Obs.: Todas as cirurgias mistas e a cirurgia restritiva no intestino
delgado desencadeiam melhora da obesidade, diabetes tipo II e
dislipidemia e outras, quando são seguidas as orientações pós-operatória.
CIRURGIAS SOMENTE RESTRITIVAS (AS QUE RESTRINGEM A QUANTIDADE DE ALIMENTOS NO ESTÔMAGO, SEM INTERFERIR NO INTESTINO)
BANDA GÁSTRICA – 1990
Banda (faixa) gástrica (desenho da esquerda) consiste em um conjunto
de anel ou cinta é fixado próximo à junção esofagogástrica. É uma prótese de
silicone com um dispositivo inflável fixado sob a pele do abdómen que permite
deixa um maior ou menor aporte de alimentos da pequena bolsa na parte
superior do estômago para o estômago propriamente dito. Cria um reservatório
de IO a 20 ml aproximadamente no estômago, logo que termina o esófago. Teve
seu ápice na década passada, mas agora está em franca decadência. O
percentual de perda de peso é de 20% nos casos bem sucedidos. Não é
recomendada para compulsivos por doces, dependentes de drogas, álcool ou
cirróticos.
Segundo Dargent. J.. CYBrien, P.E., W.A. Brown, Belachew, M., M.
Legrand, as complicações mais comuns da banda gástrica são: Perfuração
gástrica, pneumonia, abcesso, fistula, erosões, infecção dos portais,
deslizamento, dilatação do pouch, perda de somente 20% do excesso de peso,
slippage (escorregamento da banda), falha na perda de peso, vómitos
persistentes, refluxo gastresofágico, megaesófago e erosão da banda.
CIRURGIA DE MASON -1980
É uma cirurgia que foi muito usada nos Estados Unidos (desenho da
esquerda) desde 1973. Consiste em somente grampear o estômago, criando um
pequeno pouch do estômago, pequena bolsa de 30 a 50 ml, sem isolá-lo do
restante do estômago. Ela apenas restringe a entrada do alimento no estômago.
Ainda é feita nos Estados Unidos. O Paciente tem fácil reganho de peso. Foi
muito usada no Brasil, mas caiu em desuso pelo grande número de pacientes
que tiveram reganho de peso pela fistulização gasto entérica.
A GV ou “gastric sleeve” (figura 1), cirurgia das mais efetuadas no mundo,
é procedimento restritivo que consiste na remoção da grande curvatura gástrica,
iniciando-se a partir de 4-6 cm do piloro até o ângulo esofagogástrico, e
fundamenta-se na antiga gastrectomia subtotal. Preconiza-se realizar a
gastrectomia vertical adelgaçando significativamente o estômago. Inicia-se a
desvascularização gástrica pela grande curvatura ao nível do antro, cerca de 3
a 4 cm do piloro, liberando-a até o fundo gástrico, com dissecção minuciosa do
ângulo esofagogástrico, vasos gástricos curtos e face posterior do fundo
gástrico. Terminada esta liberação é introduzida sonda de Fouchet, de 12 mm de
diâmetro externo, para moldar a curvatura gástrica e também delimitar o calibre
do estômago remanescente. Indicava-se no passado como primeiro tempo
cirúrgico para perda parcial de peso e, assim, facilitando-se o acesso para a
cirurgia definitiva em grandes obesos. Há recuperação do peso perdido em torno
de cinco anos, desde que não mantenha rigorosa orientação alimentar. Já há
algum tempo comprovou-se como sendo eficiente na perda de peso em longo
prazo, desde que com orientação nutricional adequada (ZILBERSTEIN et al.,
2011).
Gastrectomia Vertical não preenche as normas preconizadas pela cirurgia ideal, segundo Dr. Aniceto Baltasar C.V., Alcoy-Espanha. Ela não é 100% reversível em caso de complicações.
CIRURGIAS MENOS RESTRITIVAS E MAIS DISABSORTIVAS
RESTRITIVAS (RESTRINGINDO A QUANTIDADE DE ALIMENTO NO ESTÔMAGO) E DISABSORTIVAS (QUE LEVAM À MAIOR DISABSORÇÃO NO INTESTINO DELGADO).
Características:
- Reduzem a absorção pela derivação de grande parte do intestino delgado, com exclusão da maior parte do intestino delgado do trânsito alimentar;
- Deixam o estômago com capacidade menor que 150mI, extirpando o restante; mais indicadas para pacientes super obesos e diabetes tipo II.
TÉCNICA DE NICOLA SCOPINARO DERIVAÇÃO BILIOPANCREÁTICA – DÉCADA DE 80
Grande parte do estômago é retirada, 2/3 a 2/5 da parte inferior e média do estômago. É realizado um longo isolamento do intestino. O duodeno e a maior parte do jejuno e parte do íleo ficam isolados do trânsito principal, provocando assim uma baixa absorção de açúcares e gordura. Faz uma anastomose (união cirúrgica) de 250 cm da porção do íleo ao estômago. dos quais 200 cm são de alça alimentar (alça alimentar é o segmento do intestino que conduz o alimento do estômago até atingir a entrada da alça por onde flui a bile e as secreções do pâncreas, duodeno e parte do jejuno-Íleo isolados) e 50 cm de alça comum (alça comum é o segmento final do intestino delgado onde se unem os nutrientes vindos do estômago e as secreções da alça isolada). A maior parte do intestino delgado fica totalmente isolada do trânsito principal não dando passagem para os alimentos.
Essa técnica não preenche as normas preconizadas pela cirurgia ideal, segundo Dr. Aniceto Baltasar C.V., Alcoy-Espanha. Ela não é 100% reversível em caso de complicações
TÉCNICA DE MARCEAU — HESS 1998 - DUODENAL SWITCH
Cirurgia preferida por Dr. Aniceto Baltasar C.V. em Alcoy-Espanha
A técnica de Marceau-Hess - Duodenal Switch- (desenho da esquerda) segue princípios que lembram a cirurgia de Scopinaro. com algumas diferenças: em vez de cortar o estômago transversal, corta longitudinalmente preservando o piloro (válvula na saída do estômago). Isola o duodeno, a maior parte do jejuno e parte do íleo. Deixa de alça alimentar simples, gastro-jejunal 1.50 m de íleo e 1.00 m de íleo terminal como alça alimentar comum.
Essa técnica não preenche as normas preconizadas pela cirurgia ideal, segundo Dr. Aniceto Baltasar C.V., Alcoy-Espanha. Ela não é 100% reversível em caso de complicações.
CIRURGIAS COM TÉCNICAS MISTAS
AS CIRURGIAS MISTAS PARA TRATAMENTO DE OBESIDADE MÓRBIDA ASSOCIAM RESTRIÇÃO E DISABSORÇÃO EM MAIOR OU MENOR GRAU DO INTESTINO, DEPENDENDO DA TÉCNICA EMPREGADA E DA EXTENSÃO DO INTESTINO DELGADO EXCLUÍDO DO TRÂNSITO ALIMENTAR.
Obs.: Todas as cirurgias mistas e a cirurgia restritiva no intestino delgado desencadeiam melhora da obesidade, diabetes tipo II e dislipidemia e outras, quando são seguidas as orientações pós-operatória corretamente.
CIRURGIAS MAIS RESTRITIVAS (QUE RESTRINGEM A QUANTIDADE DE ALIMENTOS NO ESTÔMAGO) E MENOS DISABSORTIVAS (QUE TÊM MAIS AREA DE INTESTINO PARA ABSORVER OS ALIMENTOS).
A cirurgia de Fobi-CapeIa (desenho da esquerda) é uma cirurgia muito
restritiva dos alimentos no estômago e pouco menos disabsortiva no intestino,
isolando todo o duodeno e boa parte do intestino delgado.
Restritiva porque restringe o estômago de 1500mI para 30 a 50ml (2 a
3,2% do seu tamanho), deixando-o equivalente ao tamanho de um copo de
cafezinho. Fica isolado sem função mais ou menos 97% do estômago.
É chamada by-pass gástrico, popularmente denominada cirurgia do
"grampo" e do "anel". Pode ser com ou sem anel de contensão em torno do
pequeno estômago. Pode ser feita com ou sem gastrostomia preventiva
(gastrostomia é um orifício feito do estômago à parede abdominal para
alimentação por tubos, em caso de complicação).
Emagrece porque não consegue ingerir mais do que 50mI de alimentos.
Se o fizer vomita. Alimento muito sólido provoca o engasgo. Muita dificuldade
para ingerir carnes e doces.
Necessita obrigatoriamente acompanhamento por psicólogos e médicos
nutrólogo. Psicólogo para priorizar a saúde e a beleza, relegando a segundo
plano o prazer de comer. Operados, sem acompanhamento com psicólogo,
correm o risco de depressão, alcoolismo e isolamento social por não
conseguirem comer normalmente como todos comem. Nutrólogo por vários
motivos: O estômago fica isolado e reduz a produção de ácido clorídrico e fator
intrínseco. O ácido clorídrico é indispensável para que a pepsina exerça sua
função digestiva em meio ácido, e também para a transformação e absorção de
ferro da forma férrica a ferrosa de mais fácil absorção e não ter anemia. A falta
de fator intrínseco produzido no estômago provoca anemia perniciosa porque o
fator intrínseco se combina com a vitamina B12 dos alimentos protegendo-a da
digestão e tomando-a disponível para absorção intestinal que se faz
principalmente no último metro do íleo terminal. O cálcio é absorvido
principalmente no duodeno, que na cirurgia de Fobi-CapeIIa também fica
isolado. O nutrólogo é indispensável para repor cálcio, ferro e vitamina 812.
A indicação para este tipo de tratamento é que a pessoa tenha IMC acima
de 40 kg/m2 ou superior a 35 kg/m2 com doenças associadas (hipertensão
arterial, diabetes, dislipidemias, apneia do sono, dentre outras) e a evolução da
obesidade tenha no mínimo 5 anos e com ausência de respostas aos
tratamentos convencionais para perda de peso realizados com profissionais
qualificados.
O candidato a este tratamento cirúrgico deve passar por uma avaliação
pré e pós-operatória feita por uma equipe multiprofissional. composta por
cirurgião, clínico, nutricionista, psicólogo dentre outros.
Algumas desvantagens: I- Diarreia se ingerir alimentos hipercalóricos; 2-
Síndrome de "dumping" (dor epigástrica, náuseas, vómitos, rubor e sintomas de
hipoglicemia) se ingerir doces, líquidos muito calóricos ou carboidratos simples.
Assim, a pessoa precisa ajustar sua alimentação para evitar passar mal
após as refeições. Deve sempre fazer acompanhamento junto com a equipe que
o operou. A perda média de peso é de 35 a 40% do peso inicial em longo prazo.
Contraindicação: Pessoas dependentes de álcool e drogas, portadores de
cirrose hepática, transtornos psiquiátricos graves.
Complicações pós-operatórias mais frequentes: Úlceras de boca
anastomótica. infecções pulmonares, estenoses, fistulas, infecção em incisão,
hemorragia gástrica, colelitíase, desnutrição e muitos casos ocorrem reganho de
peso.
Essa técnica não preenche as normas preconizadas pela cirurgia ideal, segundo Dr. Aniceto Baltasar C.V., Alcoy-Espanha. Ela não é 100% reversível em caso de complicações
Esta é uma técnica mista (desenho da esquerda). Deixa uma câmara
gástrica similar ao de Fobi-CapeIa de mais ou menos 30mI, porem mais
arredondada. Isola todo o estômago, parte do jejuno e parte do íleo. Deixa com
alça alimentar simples gastrojejunal de 1m e alça alimentar comum de 40 cm.
Seus resultados e complicações são muito próximos da cirurgia de Fobi-
Capella.
TÉCNICA DE MARCEAU — HESS 1998 - DUODENAL SWITCH
A cirurgia de Carlos Eduardo Domene (desenho da esquerda) é uma
cirurgia e Scopinaro, porém menos agressiva por não retirar o estômago, aliada
à cirurgia de Fobi-Capella que isola parte do estômago, todo o duodeno e grande
parte do jejuno e íleo.
Idealizada por um brasileiro.
Deixa um grande segmento do estômago, duodeno e jejuno exclusos. Faz
anastomose do íleo no estômago látero-terminal parcial do estômago, e láterolateral
do jejuno ao íleo, com um coto gástrico cego. Seus benefícios e
complicações são similares às cirurgias mais disabsortivas e menos restritivas.
(Ileal Interposition Sleeve Gastrectomy - Interposição Ileal (desenho da
esquerda)
Esta cirurgia resseca grande parte do estômago e interpõe segmento de
íleo terminal no início do jejuno.
Seu princípio: ao interpor segmento do íleo terminal no jejuno, irá provocar
o efeito incretínico dos hormônios produzidos pelas células "L- que viriam
naquele pequeno segmento, melhorando o diabetes tipo II. Desencadeia
melhora do diabetes, segundo o autor.
Tal princípio deixa dúvidas nesta cirurgia porque o mesmo autor num curto
período já mudou a técnica fazendo outra cirurgia. lembrando a cirurgia de
Marceau- Hess, que veremos na sequência.
É uma técnica cirúrgica recente e é cedo para concluirmos se é efetiva
em longo prazo ou se faz melhorias temporárias.
O que já existe em livros (livro de Sabiston- Tratado de Cirurgia) é o
seguinte: na década de 50 já se interpunha um segmento de íleo no início do
jejuno para tratamento das dislipidemias. Após anos o segmento interposto de
íleo se transforma em jejuno (Jejunizaçáo do íleo) adquirindo as mesmas
funções do jejuno. Se ocorrer o mesmo nesta cirurgia todos os operados voltarão
a ter diabetes.
Ileal Interposition Diverted Sleeve Gastrectomy (desenho da esquerda) -
Interposição Ileal Variante Cirúrgica - Dr. Aureo Ludovico.
É uma variante técnica mais agressiva que a anterior.
É feita uma cirurgia lembrando as cirurgias biliodigestivas (MARCEAU-HESS).
Interpõe segmento de íleo terminal mais longo na saída do estômago. bem
maior que da cirurgia anterior. Isola o duodeno e segmento de jejuno por onde
transita a bile, se
guindo os princípios da cirurgia de Scopinaro e de Hess. diferenciando-se delas
pelo segmento mais longo da alça comum. Faz lembrar o comprimento
aproximado da cirurgia de Fobi-Capella no tocante ao comprimento da alça
biliar e da alça alimentar, porém mais agressiva em relação à cirurgia de Fobi-
Capella porque retira parte do estômago.
Apesar de ser uma cirurgia mais agressiva é regida pelos mesmos princípios da
jejunização do Ileo segundo o livro Sabiston. citado anteriormente.
TECNICAS MISTAS DAS GASTROPLASTIAS COM
BYPASS.
Resultados:
1- Perda do excesso de peso em 1 ano próximo de 80%;
2- Comorbidades regridem em 95%, incluindo diabetes tipo II;
3- Taxa de redução do excesso de peso com 5 anos de 75%.
Complicações pós operatórias: úlcera 1,8%, infecções pulmonares,
estenoses 1,2%, fistulas 1,08%, hemorragias gástricas 0.36%, colelitíase 0,18%,
abcesso subfrênico 0,18%, embolia pulmonar 0,18%, insuficiência renal 0,18%,
obstrução do Y de Roux 0,18%, obstrução jejunal 0,18%, hérnia interna 0,18%,
hérnia incisional 0,18% e hematoma sub frénico 0,18%. Total de complicações
8,6%.
Complicações em geral na literatura mundial gira em torno de 10 a 15% e
mortalidade de 0,5 a 1%, segundo a revista The American Surgeon 01/2005.
Reoperações dividem-se em precoces e tardias:
Precoces até 8 dias de PO: Hemorragia intraperitoneal, hemorragia
intraluminal, engano entre as reconstituições, infecção de ferida, deiscência e
fistulas.
Tardias: Obstrução intestinal, volvo, síndrome da alça fechada, dilatação
gástrica aguda, colelitíase, hérnia incisional, erosão pelo anel, déficit protéiconutricioal,
estenose do Y de Roux, erosão (banda gástrica), escorregamento da
banda, perda insuficiente ou reganho de peso. Pacientes operados poderão
requerer revisão seja por perda de peso insatisfatórias ou por complicações
variando de" 10 a 25%. Reoperações são associadas com maior
morbimortalidade."
Cirurgia idealizada por brasileiro (desenho da esquerda).
Consiste em ressecar grande parte do estômago, todo o grande epíplon
(véu gorduroso que protege a cavidade abdominal englobando um órgão quando
complica), e grande parte do intestino delgado, reduzindo-o a três metros.
Elimina todo o restante do intestino sadio.
Afirma esse grupo que 3 metros são suficientes para a pessoa ter uma
vida normal e que os pacientes operados estão bem.
Alguns pacientes tiveram complicações graves e outros voltaram a ganhar
peso. A grande preocupação desta cirurgia: se o paciente tiver qualquer doença
que faça perder parte do intestino após uma brida com volvo e ocasione necrose.
Não tem onde buscá-lo.
GASTROPLASTIA ENDOSCÓPICA / ENDOSUTURA
GÁSTRICA
A endo sutura gástrica ou gastroplastia endoscópica vertical é utilizada
em mais de 50 países, incluindo Estados Unidos da América e a maior parte da
Europa e Ásia e no Brasil. Já aprovada aprovado pelo FDA (Food Drug and
Administration), e no Brasil pela ANVISA, sendo uma nova opção para os
pacientes com sobrepeso e obesidade mórbida.
O tratamento da obesidade sempre é multifatorial e, portanto, o paciente
deve ser abordado por uma equipe multidisciplinar, desde endoscopista,
nutrólogo até cirurgião. Exige mudanças dos hábitos e do estilo de vida e
conscientização do paciente, pois com o tempo o efeito de restrição gástrica
diminui e poderá sofrer os efeitos da recuperação parcial ou total do peso,
similarmente às outras cirurgias como Sleeve, By-pass Gástrico e cirurgias
Biliodigestivas. Poderá ter uma perda de peso média de 18-22% e manter-se por
período de tempo de 3 anos ou mais. É um método que poderá auxiliar na perda
de peso para programar uma cirurgia definitiva com maior segurança em grandes
obesos.
Surgiu na Flórida, International University (Miami), onde o médico
professor Manoel Galvão Neto do serviço de endoscopia do Panamá associado
com universidades dos Estados Unidos. Disseminou-se na Europa e no Brasil.
O procedimento consiste com o paciente sob anestesia geral com
endoscópio com uma câmera e um dispositivo de sutura acoplado. Efetua
suturas nas paredes internas do estômago com formato de tubo e consequente
redução do tamanho do estômago, lembrando o formato de Sleev Gástrico,
reduzindo a capacidade de ingestão de alimentos e consequente menos calorias
a serem absorvidas. Com este método, é possível diminuir o tamanho do
estômago com uma média de 12 suturas internas sem a necessidade de incisões
abdominais e com menor tempo cirúrgico e diminuição da permanência intrahospitalar.